Cartofilia - Cartão Postal - como colecionar

26/03/2014 14:06

Introdução
 

O cartão-postal é uma simplificação da carta simples. Trata-se de um pequeno retângulo de papelão fino, feito para circular pelo Correio sem envelope, tendo, numa das faces, espaço para endereço do destinatário, para a postagem do selo e também para a mensagem do remetente. Na outra face, alguma imagem ou imagens.

O cartão-postal é largamento utilizado, sendo sua principal vantagem, por ocasião da sua criação, o porte de valor inferior ao das cartas comuns e a dispensa do uso do envelope, o que tornava a correspondência mais fácil.


Histórico
 

Os primeiros cartões-postais emitidos eram de monopólio oficial dos Correios e já vinha pré-selados. Hoje, tais cartões são denominados inteiros postais.
Com o decorrer dos anos, os Correios de diversos países passaram a autorizar as indústrias a imprimirem cartões-postais, que circulavam somente depois de devidamente selados no valor do porte fixado.
O primeiro cartão-postal foi emitido no século XIX e existem versões diferentes sobre a sua invenção: Uma delas é a de que o norte-americano H. L. Lipman, que juntamente com J. P. Charlton, veio a patentear, em 17 de dezembro de 1861, o chamado "Lipman's Postal Card". Entretanto não são conhecidos exemplares deste cartão de antes do início da década seguinte;
Outra versão diz que o diretor dos Correios da Confederação da Alemanha do Norte, Heinrich Von Stephan, teria lançado a idéia e a sugestão na Conferência Postal Germano-Austríaca, realizada em Karlsruhe em 1865;
Por fim, Emmanuel Hermann, professor de Economia Política, da Academia Militar Wiener Neustadt, no Império Austro-húngaro que, em carta publicada no Die Neue Freie Presse, de 29 de janeiro de 1869, propôs a adoção do cartão-postal salientando a conveniência do uso de cartas mais simples, que aliassem o baixo custo à simplicidade, o que poderia ser obtido com a supressão do envelope. De Marly, Diretor da Administração dos Correios da Áustria, aceitou a idéia e, oito meses depois, em 1º de outubro de 1869, foi lançado para venda o primeiro cartão-postal do mundo - Correspondenz Karte, escrito em cor negra sobre cartão creme, levando impresso um selo de 2 Neukreuzer. Não apresentava gravura, apenas as armas imperiais, sendo uma das faces destinada à mensagem e outra ao endereço.

O Brasil instituiu o inteiro postal pelo Decreto nº 7695, de 28 de abril de 1880, proposto pelo Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, conselheiro Manuel Buarque de Macedo.
"Segundo Vossa Majestade Imperial se dignará ver, a primeira de tais alterações é a que estabelece o uso dos bilhetes postais geralmente admitidos nos outros Estados e ainda em França, onde aliás houve durante algum tempo certa repugnância ou hesitação em os receber; os bilhetes postais são de intuitiva utilidade para a correspondência particular, e, longe de restringir o número de cartas, como poderá parecer, verifica-se, ao contrário que um dos seus efeitos é aumentá-lo."
Na ocasião ocupava a Direção da Repartição dos Correios, Luís Plínio de Oliveira, nomeado para o cargo em 1865, depois de ter publicado, três anos antes, o "Relatório sobre a Organização dos Correios da Inglaterra e França".

Mas aos inteiros postais emitidos com exclusividade pelos Correios vieram somar-se os cartões-postais produzidos pela iniciativa privada, o que foi obtido no Brasil através da Lei nº 640, de 14 de novembro de 1899. O cartão-postal com tal propósito obteve novas dimensões: houve uma explosão de beleza, nas cores vivas das primeiras cromolitografias, nas concepções dos artistas (e dos mais famosos) chamados a ilustrá-los. O desenvolvimento da fotografia colaborou para que fossem reproduzidas paisagens, inclusive urbanas. Ao mesmo tempo, o próprio cartão-postal ganhou outra finalidade: de meio de correspondência passou a ser avidamente disputado e guardado como objeto de colecionismo.


Como colecionar
 

Inexistem regras específicas para o colecionismo de cartões-postais, pela ausência de entidade normatizadora. De modo geral se utilizam os mesmos critérios da filatelia. Portanto, admitimos coleções organizadas de forma CLASSICA ou TEMÁTICA.

Se a coleção é clássica, os cartões devem ser arrumados em classificadores ou álbuns, por séries, em ordem cronológica, ou por editoras e/ou fotógrafos.
Se a coleção é temática, não há obediência aos critérios de seriação, ordem cronológica, divisão por países. Cada peça, desde que relacionada com o tema escolhido, é logo admitida e colecionada. O que importa é desenvolver um roteiro, expondo o assunto escolhido, representado pictoricamente pelos cartões-postais. Geralmente são utilizados os pontos de vista geográficos ou toponímico.

Na identificação das edições, deve-se procurar, em primeiro lugar no reverso do cartão, geralmente o nome do editor ou da casa editora que ali aparece. Raramente o nome do editor vem no anverso, mas pode acontecer, como nos cartões-postais pioneiros.

O estudo dos carimbos postais, quando os cartões são circulados, permite localizar a época dos mesmos. Evidente de que a fotografia impressa pode ser de anos anteriores, mas é uma boa forma de "datar" uma peça. Caso seja novo, sem uso postal, somente o estudo da imagem reproduzida no cartão permite uma classificação aproximada.


Formas de expor
 

As coleções terão seus cartões e estudos montados em folhas de papel com tamanho aproximado de 21x29cm, e protegidos em bolsas plásticas transparentes.
Jamais devemos colar os cartões-postais diretamente nas folhas a serem expostas. Dizemos isso eis que usualmente as coleções de cartões-postais são expostas em eventos filatélicos, aproveitando o mesmo tipo de painel.


Estimativa de dispêndios
 

O custo para colecionar cartões-postais é relativamente baixo, considerando outras formas de colecionismo. Excetuam-se algumas peças raras, especialmente as primeiras emitidas, que no Brasil se enquadram no chamado período da Idade do Ouro, que vai até aproximadamente 1930.
Devemos adquirir peças novas somente após ter um conhecimento básico do assunto.


Recomendações finais
 

Os cartões-postais podem ser adquiridos pelo e-comercio, especialmente por oferta de casas especializadas ou em leilões. Porém, é interessante buscar previamente o auxílio de entidades organizadas, como os Clubes Filatélicos, que geralmente possuem associados que desenvolvem este tipo de colecionismo, bem como catálogos e outros matérias pertinentes.


FONTE:  https://www.afsc.org.br/colecionar/cartofilia/cart-intro.html





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